Desde 1999, a ONF Brasil, trabalha com a recuperação ambiental na Fazenda São Nicolau, em Cotriguaçu – MT, cidade que fica a 942 km de Cuiabá. Em uma nova etapa, a ONF Brasil, junto com o Centro de Pesquisa do Pantanal, realizou a primeira oficina de diálogo e construção da Plataforma Experimental para a Gestão dos Territórios Rurais da Amazônia Legal – PETRA. O evento contou com a participação de 63 pessoas, entre eles membros do Conselho Municipal de Meio Ambiente, da Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Assuntos Fundiários e representantes de associações de produtores.

A primeira fase desse trabalho na região começou com o Projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF, que iniciou um trabalho de reflorestamento e recuperação de 2 000 hectares de área aberta e de Áreas de Preservação Permanentes – APPs degradadas no local. Essas atividades são executadas a partir de eixos como a preservação da biodiversidade, manejo florestal, sequestro de carbono e inclusão social, um trabalho realizado junto ao Projeto de Assentamento Juruena. Como pontuou Cleide Arruda, diretora da organização, “o PETRA é a segunda fase de atuação onde a ONF Brasil pretende levar a fazenda de ‘dentro para fora’”, ou seja, compartilhar os resultados obtidos até o momento e servir como base de gestão sustentável dos territórios amazônicos.

A oficina de diálogo e construção buscou esclarecer os objetivos da plataforma PETRA e levantar recomendações dos parceiros e da sociedade civil para a sua implementação. Os próximos passos do projeto PETRA incluem o monitoramento para gestão da plataforma no município de Cotriguaçu, a recuperação de áreas degradadas e o apoio à sustentabilidade das cadeias produtivas, etapas definidas a partir dos anseios da comunidade. “A maior dificuldade do agricultor aqui é não ter informação acessível para tomar decisões que possam gerar, ao mesmo tempo, mais recursos econômicos e menos impacto ambiental”, afirma Jean-Marie Laurent, Diretor interino do PETRA. Durante o evento de lançamento, ele destacou a importância da participação dos jovens para garantir a sustentabilidade intergeracional das ações desenvolvidas na região.

Financiado pelo Fundo Francês para o Meio Ambiente mundial (FFEM) o projeto PETRA desenvolveu parcerias com a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), a Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Assuntos Fundiários (SAMA) e a Prefeitura de Cotriguaçu, Instituto Centro de Vida (ICV), The Nature Conservancy (TNC), Serviço Florestal Brasileiro (SFB), EMBRAPA Agrossilvipastoril, assim como a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (SEDRAF).

Oficina

Paralelamente à oficina de diálogo e construção do PETRA, no PA Juruena, ocorria uma oficina com os professores da Escola Estadual Sidney César Fuhr. O objetivo foi produzir brinquedos pedagógicos a partir do aproveitamento da madeira de desbaste da Teca da Fazenda São Nicolau – demonstrando a diversidade de uso de partes menores que 1,5m, geralmente considerado apenas como resíduo.

Realizado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR assim como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – FAPEMAT,o curso trouxe diversas reflexões entre os participantes. “Um brinquedo de madeira permite maior trabalho em sala de aula, já que é possível um reconhecimento de materais que tem na região e nós valorizamos um objeto a partir do momento que conhecemos sua origem”, reconhece Francielly Gregório, professora de artes, que produziu três brinquedos durante a oficina.