09

set

2016

Nova espécie de peixe coletada no Rio Juruena (MT) recebeu seu nome científico em homenagem à família Peugeot e ao projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF

Por forest
Indivíduo macho do H. peugeoti com coloração vermelha (Foto: Museu Nacional com edição de Eduardo G. Baena)

Indivíduo macho do H. peugeoti com coloração vermelha (Foto: Museu Nacional com edição de Eduardo G. Baena)

 

A espécie Hyphessobrycon peugeoti possui como características gerais o padrão de cor vermelha no indivíduo adulto e uma barbatana dorsal alongada nos machos. A identificação ocorreu a partir de pesquisas realizadas durante alguns anos no Rio Juruena – que se encontra com o Teles Pires e forma o Rio Tapajós. A Hyphessobrycon peugeoti é similar à Hyphessobryco loweae, proveniente da bacia do Xingu. O grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) liderados pelo curador da coleção ictiológica do Museu Nacional, o Dr. Paulo Buckup (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), elencaram os atributos da nova espécie em artigo de 2013. O Dr. Paulo Buckup também é membro, desde 2006, do Comitê Científico e Técnico do Projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF, cuja finalidade é orientar as pesquisas técnicas e científicas realizadas no Projeto. Hyphessobrycon peugeoti foi a primeira espécie nova descrita como fruto dos esforços em pesquisa do Projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot ONF-Brasil.

O paper também realiza uma análise comparativa entre a H. peugeoti e a H. loweae. Em vez da coloração amarelada no indivíduo maduro, a H. peugeoti é vermelha. Além disso, enquanto a H. peugeoti tem cinco séries de escamas horizontais em sua lateral, a H. loweae tem entre seis e sete. A quantidade de raios ramificados na nadadeira anal também é maior na H. peugeoti.

Das demais espécies do gênero Hyphessobrycon, o peixe recém classificado se diferencia pela barbatana dorsal alongada em filamentos e a borda praticamente reta da terminação da barbatana anal. Inserido na família Characidae, o gênero em questão está entre os mais ricos, com 125 espécies válidas.

O gênero Hyphessobrycon não é monofilético: as espécies não possuem um ascendente em comum. Em vez disso, ele é formado, em menor quantidade, pelo agrupamento de espécies relacionadas ao gênero Astyanax (aquele do peixe lambari) e, em maior quantidade, pela mistura de espécies dos gêneros Hemigrammus, Pristella, Thayeria, Paracheirodon e Hasemania.

Dessa maneira, há controvérsias sobre a delimitação de algumas espécies no Hyphessobrycon, principalmente em relação ao Hemigrammus (aquele dos peixes de aquários) – visto como um possível sinônimo. Logo, os estudiosos apontam a necessidade de mais estudos para desfazer a polêmica e melhor identificar a espécie H. peugeoti, atualmente localizada no Hyphessobrycon.

Os espécimes analisados de H. peugeoti foram coletados na seção intermediária do Rio Juruena, na parte superior da bacia do Tapajós, em regiões rasas (com até um metro de profundidade) e no período inicial da seca.  O nome para a classificação científica foi inspirado na família Peugeot, que, por meio da montadora de carros, conduziu à elaboração e execução do projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF na Fazenda São Nicolau em Cotriguaçu (MT).

 

Referência bibliográfica:

Ingenito, L. F., Lima, F. C., & Buckup, P. A. (2013). A new species of Hyphessobrycon Durbin (Characiformes: Characidae) from the rio Juruena basin, Central Brazil, with notes on H. loweae Costa & Géry. Neotropical Ichthyology, 11(1), 33-44.

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