25

nov

2016

Pecuária também pode contribuir para o sequestro de carbono, diz cientista do IPCC

Por forest

Segundo o climatologista Carlos Nobre, Brasil é o país que tem o maior potencial para ser o principal sumidouro de gases de efeito estufa do mundo.

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Foto: Alexas/ Pixabay/ Domínio Público.

A pecuária também pode contribuir para o sequestro e manutenção do estoque de carbono no solo, funcionando assim como uma atividade de combate às mudanças climáticas. Este foi um dos pontos destacados pelo climatologista e doutor em meteorologia pelo MIT, Carlos Nobre, cientista brasileiro membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), durante seminário realizado nesta quarta-feira (23), no Insper, em São Paulo (SP), que debateu os caminhos para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.

Segundo Nobre, esta nova pecuária que vem sendo desenvolvida pelo País continua sendo extensiva, mas tem características produtivas mais eficientes, e que por meio de boas práticas de manejo de um bom pasto também pode contribuir para absorção de carbono no solo. Integrante da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências dos Estados Unidos, Nobre recebeu junto com os demais cientistas do IPCC o Nobel da Paz de 2007.

Amazônia

Em sua exposição, o cientista assinalou que o Brasil é o país que tem o maior potencial para ser o principal sumidouro de carbono do mundo, tendo como destaque a floresta Amazônica. Segundo Nobre, toda a floresta – no caso, não só a que está em território brasileiro – retira anualmente cerca de 1 a 1,5 milhão de toneladas de carbono da atmosfera.

De acordo com o climatologista, a biota terrestre sequestra aproximadamente 30% do carbono que é emitido. “Desses 30%, metade fica a cargo da Amazônia”, salientou. “Por isso, a estabilidade das florestas é fundamental para o combate às mudanças climáticas”, acentuou Nobre que também foi secretário de Política e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Além da floresta Amazônica, o cientista citou, ainda, o reflorestamento de áreas agrícolas degradadas, especialmente pastagens, como outro ativo que o Brasil, no caso poderá vir a ter, para a absorção de carbono. “Temos cerca de 500 mil quilômetros quadrados que poderiam ser regenerados”, pontuou, acrescentando que é possível vencer este desafio por meio da regeneração natural. “Com isso, conseguiríamos retirar da atmosfera mais 200 milhões de toneladas de carbono.”

Ademais, segundo Nobre, o modelo de desenvolvimento da Amazônia tem que ser baseado na economia da biodiversidade, citando como exemplo o caso do açaí. De acordo com o cientista, a economia de produtos florestais – ancorada em inovação e conhecimento – é muito mais eficiente, no caso da Amazônia, do que a expansão da fronteira agrícola tradicional.

Fonte: UniversoAgro.

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