O simpósio reuniu 13 palestras, 14 minicursos e 298 trabalhos científicos (Foto: SIMANCA)

O simpósio reuniu 13 palestras, 14 minicursos e 298 trabalhos científicos (Foto: SIMANCA)

 

Durante a palestra “Políticas públicas para o desenvolvimento sustentável para Amazônia Mato-grossense”, o ex-Secretário de Agricultura familiar de Mato Grosso, Suelme Evangelista Fernandes, elogiou o trabalho desenvolvido na Fazenda São Nicolau. A propriedade, apesar de se encontrar no Arco do Desmatamento, tem explorado o potencial de formação de extrativistas e agricultores para a adoção de práticas sustentáveis. Segundo Suelme, a equipe da Fazenda enfrenta o desafio da transferência tecnológica para o entorno, caracterizando a São Nicolau como um oásis no meio do deserto.

O objetivo do VII Simpósio da Amazônia Meridional em Ciências Ambientais – SIMANCA é estimular a produção científica sobre a região, pouco explorada. O evento recebe pesquisadores renomados que compartilham os resultados de seus estudos com informações relevantes sobre temáticas locais e regionais. Em anos anteriores, foram discutidos temas como o aquecimento global e o zoneamento ecológico, econômico e social de Mato Grosso. Na atual edição, realizada de 30 de agosto a 2 de setembro no Centro de Eventos “Dante Martins de Oliveira” em Sinop (MT), o mote do simpósio foi a Amazônia de Transição: Origem, desenvolvimento e perspectivas futuras. Ao total foram apresentadas 13 palestras, 14 minicursos e 298 trabalhos científicos, contando com 425 participantes de mais de 35 instituições de Mato Grosso, Pará, Rondônia e de 3 países.

O Coordenador Científico do projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF (PPCFPO), Dr. Roberto Silveira, foi responsável pela palestra “Fazenda São Nicolau: Um experimento para soluções de desenvolvimento sustentáveis no noroeste de Mato Grosso”. Nessa oportunidade, Silveira explicou o funcionamento dos projetos desenvolvidos na propriedade e a estrutura organizacional da ONF estatal, ONF International e ONF Brasil. O coordenador relembrou o histórico da parceria com a Peugeot, a inovação do PPCFPO e os resultados gerados a partir de pesquisas científicas, a identificação de novas espécies e a produção de livros e artigos.

Houve também a apresentação do projeto PETRA (Plataforma Experimental para gestão dos Territórios Rurais da Amazônia Legal), seus resultados, as alternativas socioeconômicas analisadas e sua relação com as políticas públicas ambientais do Estado, como a estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI) e as políticas de REDD++ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal). Silveira apresentou o desenvolvimento de modelos de Sistemas Agroflorestais (SAF) e da recuperação de passivos ambientais em Áreas de Proteção Permanente Degradadas (APPDs) na Fazenda.

Ao final da palestra, a curadora do HERBAM (herbário da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT), Dra. Célia Lopes, se mostrou interessada em visitar a Fazenda e colaborar com um inventário florístico da floresta nativa e o tombamento de exsicatas no HERBAM. O Dr. Ben Hur Marimom, também professor da UNEMAT, se mostrou interessado em colaborar com o PPCFPO assim como a doutoranda Angele Oliveira da Universidade Federal de Goiás. A pesquisadora já frequentou a Fazenda São Nicolau para coletas de informações sobre mamíferos para a sua dissertação de mestrado. Outros pesquisadores que ainda não conheciam a Fazenda entraram em contato com a equipe da ONF Brasil, interessados em realizar parcerias para estudos sobre biodiversidade e carbono.

Nas palavras de Silveira, “o IV SIMANCA foi conduzido com muita seriedade e organização, valorizando o público com apresentações pertinentes, sendo algumas delas feitas por palestrantes ilustres. As questões ambientais e socioeconômicas que envolvem a Amazônia do Norte de Mato Grosso foram debatidas com equilíbrio, considerando as particularidades da região. Esse é um simpósio importante e que tem ganhado um porte grande, apesar de ser um evento regional. Pelo número de inscritos, o IV SIMANCA rivaliza com vários eventos científicos nacionais”.

Os pesquisadores que atuam na São Nicolau participam do simpósio desde 2010 e apresentaram mais de 40 trabalhos nesses anos. Na edição de 2018, os destaques da programação foram a palestra, na abertura, do Dr. Philip Fearnside (prêmio Nobel da Paz em 2007) sobre os impactos dos grandes empreendimentos hidrelétricos na região e a palestra do Dr. Ben Hur Marimon sobre mudanças climáticas e o futuro da Amazônia.

Atividades de restauro em parceria com o MPE

A iniciativa, realizada em dezembro de 2016, foi a primeira ação do projeto “10x Amazônia” e contou com a presença da sociedade civil, executores do projeto e parceiros. O plantio das espécies nativas doadas pela ONF Brasil ocorreu em uma área da União, às margens do Rio Juruena, no Projeto de Assentamento (PA) Juruena em Cotriguaçu, Mato Grosso. Em 2015, este território sofreu tentativa de grilagem, inspirando então o apoio da ONF Brasil e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cotriguaçu (SMMA) com o oferecimento de mudas para o reflorestamento. O coordenador de silvicultura da Fazenda São Nicolau, o engenheiro florestal Alan Bernardes, forneceu as orientações técnicas para o plantio.

O “10x Amazônia”, concebido pelo Promotor de Justiça Cláudio Gonzaga, é um projeto do Ministério Público Estadual de Mato Grosso (MPE/MT) para obrigar os agentes causadores de danos ambientais a repararem a ilegalidade cometida, a fim de recuperar a área desflorestada. O objetivo é executar ações imediatas de combate ao desmatamento por meio da responsabilização civil, criminal e administrativa dos responsáveis.

A atuação do MPE/MT inicia pelas Áreas de Preservação Permanente do Rio Juruena ilegalmente invadidas e deve alcançar as demais regiões desmatadas também ilegalmente. No caso do PA Juruena, os agentes causadores dos danos foram identificados e avisados sobre o mutirão pela Policia Militar.

As ações propostas pelo projeto seguirão o Roteiro de Reflorestamento Emergencial do Bioma da Amazônia Meridional, com orientações técnicas comuns aos Planos de Recuperação de Área Degradada. Portanto, as atividades devem valorizar as espécies nativas da região e o desenvolvimento econômico local.

A intenção em longo prazo é expandir programas com este para toda a Floresta Amazônica brasileira. Desta forma, é possível preservar o bioma e ficar mais próximo da meta prometida pelo Brasil na Cúpula do Clima de Paris: zerar o desmatamento ilegal e recuperar 12 milhões de florestas devastadas até 2030.

Veja a seguir as fotos do mutirão de 17 de dezembro de 2016:

Atividades de restauro em parceria com o MPE 2

Foto: Acervo ONF/Brasil

 

Atividades de restauro em parceria com o MPE 3

Foto: Acervo ONF/Brasil

 

Foto: Acervo ONF/Brasil

Foto: Acervo ONF/Brasil

 

Atividades de restauro em parceria com o MPE 1

Foto: Acervo ONF Brasil

 

Atividades de restauro em parceria com o MPE 5

Foto: Acervo ONF Brasil

 

Viveiro com as mudas de 38 espécies nativas (Foto: Acervo da ONF Brasil)

Viveiro com as mudas de 38 espécies nativas (Foto: Acervo da ONF Brasil)

Em 2016, as atividades de reflorestamento entraram na quinta etapa do processo de Restauração nas Áreas de Preservação Permanentes Degradadas (APPDs) da fazenda em Cotriguaçu, MT. Foram produzidas 16 mil mudas para o plantio em 12 hectares, que, em conjunto com as ações realizadas nos últimos cinco anos, serão responsáveis pelo cumprimento da metade da meta, já neste ano.

As plantas selecionadas para a iniciativa compreendem 38 espécies nativas, dentre elas o Cedro rosa, a Paineira, a Castanheira, o Jatobá e o Ingá. Além do reflorestamento, outra técnica a ser utilizada para a recuperação da área é a Regeneração Natural, deixando que os processos naturais conduzam ao desenvolvimento livre da vegetação e aproveitando o potencial de regeneração de algumas áreas.

As ações decorrem do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC 8607/2012) assinado entre a ONF Brasil e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT). O dispositivo legal determina a restauração nas Áreas de Preservação Permanentes (APPs) da Fazenda São Nicolau a partir de 2012.

De uma forma geral, a iniciativa de reflorestamento no território começou nas áreas de Reserva Legal com o projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF em 1998. Atualmente o TAC de 2012 assegura a continuidade do plantio, agora nas Áreas de Restauração. As ações são necessárias, pois, antes da aquisição da São Nicolau pela ONF Brasil, de 1981 até 1998, a fazenda sofreu com o desmatamento, a queimada e a implementação de pastos. Os diferentes projetos e parcerias firmados pela empresa florestal contribuem para a recuperação e conservação ambiental da área.

A equipe da ONF Brasil trabalha pela restauração de áreas degradadas da Fazenda São Nicolau (Foto: Acervo da ONF Brasil)

A equipe da ONF Brasil trabalha pela restauração de áreas degradadas da Fazenda São Nicolau (Foto: Acervo da ONF Brasil)

 

O solo da Amazônia brasileira deve sofrer a perda de 4,2 bilhões de carbono de 1990 até 2030, se as atividades agropecuárias não adotarem modelos sustentáveis

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Vista aérea da Amazônia brasileira (Foto: lubasi/ Wikimedia Commons/ Creative Commons/ https://goo.gl/smdn0s)

 

A estimativa é do artigo publicado em 2007 e liderado pelo Dr. Martial Bernoux, membro do Comitê Científico e Técnico do projeto Poço de Carbono Florestal PEUGEOT-ONF e diretor de pesquisa no Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD), na França. Os estudiosos realizaram um esforço para prever o estoque de carbono na região entre 2000 e 2030. Apesar de não existir muito conhecimento sobre a influência dos usos e formas de ocupações do solo no estoque de carbono na Amazônia brasileira, as informações são relevantes para avaliar a sustentabilidade das práticas agrícolas que estão substituindo a floresta nativa.

As florestas tropicais, que funcionam como poços carbono, são importantes para o ciclo do carbono. Porém, o aquecimento global provocado somente pelo desmatamento destas florestas gera prejuízos estimados em 1,4 a 10,3 bilhões de dólares por ano. O desmatamento da Amazônia brasileira, por exemplo, atingiu 14% da região, uma área maior do que a França. A principal causa da degradação da floresta é a criação de gado, sendo que, de 1966 a 1975, 38% do desmatamento foi causado pela pecuária extensiva, segundo dados do governo.

O plantio de soja também se tornou um dos principais fatores do desmatamento, com o Brasil quase ultrapassando os Estados Unidos como exportador mundial deste grão. A previsão é de que, em 2030, 70% das áreas limpas serão usadas para a plantação de soja.

Considerando este cenário para a análise, os pesquisadores coletaram material sobre as taxas de desmatamento das três últimas décadas. Eles reuniram dados do Censo e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para os usos do solo entre 1940 e 2000, como também projeções da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para os usos do solo entre 2015 e 2030. Por fim, levantaram informações sobre práticas boas e impactantes para o meio ambiente – comparando o manejo com o pasto degradado e o sistema convencional de plantação de soja com o sistema de plantio direto.

A pesquisa optou pelo método fundamentado no sistema de medição de estoques e alterações do carbono orgânico do solo do Fundo Mundial para o Ambiente (GEFSOC). Este sistema foi criado com o objetivo de apoiar o trabalho de cientistas, gestores de recursos naturais e analistas de políticas públicas a mensurar o carbono estocado no solo, permitindo a análise do potencial do sequestro de carbono em diferentes áreas. O GEFSOC utiliza modelos mundialmente reconhecidos, como aquele do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) das Nações Unidas.

Como resultado, os pesquisadores apresentam mapas e gráficos sobre a situação atual, de 1990 a 2000, do estoque e das taxas de alteração do carbono e uma projeção futura para o período entre 2015 e 2030. As estimativas compreenderam o carbono presente na biomassa da vegetação nativa, pastos e plantio de soja. Os dados identificaram a diminuição do estoque de carbono com a queda de 7% na comparação do cenário de 1990 com a projeção de 2030. Isso significa que a concretização da taxa de desmatamento prevista para 2030 será responsável pela perda de 4,2 quadrilhões de gramas de carbono somente no solo da Amazônia brasileira – o dado não contabiliza, por exemplo, o carbono estocado na vegetação acima do solo e nas raízes.

As informações apresentadas pela análise auxiliam no entendimento dos ciclos biológicos, geográficos e químicos da fertilidade do solo. Dessa maneira, os resultados contribuem para a definição de estratégias que diminuam as perdas de carbono, aprimorando o manejo sustentável da Amazônia e diminuindo o desmatamento da região. Contudo, os pesquisadores apontam a necessidade de coleta de mais dados e de cruzamentos com as análises a partir de imagens de satélite, mapas e sistemas de referenciamento geográfico.

 

Referências Bibliográficas:
Cerri, C.E.P., Easter, M., Paustian, K., Killian, K., Coleman, K., Bernoux, M., Falloon, P., Powlson, D.S., Batjes, N.H., Milne, E., Cerri, C.C. (2007, February). Predicted soil organic carbon stocks and changes in the Brazilian Amazon between 2000 and 2030. In Agriculture, Ecosystems and Environment, 122 (2007) 58–72.

Floresta com tipos diferentes de planta se recupera melhor após ser submetida a aquecimento moderado, conclui pesquisa, que amplia entendimento da importância da biodiversidade.

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Foto: Neil Palmer/ Wikimedia Commons/ Creative Commons.

Um grupo internacional de cientistas pôde, pela primeira vez, demonstrar em larga escala que florestas com maior diversidade de características e funcionalidades de plantas têm também maior potencial de adaptação a mudanças no clima, utilizando a Amazônia como estudo de caso. O estudo, publicado no periódico Nature Climate Change no dia 29 de agosto de 2016, reforça a importância da preservação da biodiversidade como instrumento de políticas públicas contra o agravamento da crise climática.

“É nítido que a biodiversidade não é um benefício adicional, e sim um aspecto fundamental para a sobrevivência a longo prazo das grandes reservas de biomassa da Terra, como a floresta amazônica”, afirmou Boris Sakschewski, do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, que liderou o trabalho. “A diversidade vegetal pode permitir que o maior ecossistema tropical do mundo se ajuste a certo nível de mudança climática – árvores que hoje são espécies dominantes, por exemplo, poderiam dar lugar a outras que seriam mais adaptadas às novas condições.”

Para estudar como a diversidade funcional de plantas contribui para a resiliência de florestas tropicais, o grupo primeiro investigou uma pequena área de floresta no Equador, com base em sua resposta, realizou simulações em computador para toda a bacia amazônica. “É um modelo bastante interessante e que traz a mensagem de que, além da diversidade de espécies numa floresta, devemos olhar para a diversidade de características e funcionalidades das plantas para a manutenção do serviço cumprido por elas”, afirma o ecólogo Daniel Piotto, da Universidade Federal do Sul da Bahia.

O modelo biogeoquímico desenvolvido, que simula ambientes florestais diversos, mostrou que essa diversidade pode permitir que a floresta se ajuste a novas condições climáticas e mantenha seu potencial de sumidouro de carbono: enquanto árvores acima de 30 m, atuais maiores contribuintes para a biomassa do ambiente, seriam reduzidas no médio prazo, a vegetação do sub-bosque, de tamanho médio e árvores mais jovens, teria oportunidade de receber mais luz e se regenerar para as novas condições. No modelo, essa mudança melhorou o equilíbrio de carbono e a taxa de sobrevivência das árvores, o que causou recuperação de biomassa e estrutura para as espécies.

A notícia, porém, não representa um alívio de preocupações: enquanto, num cenário de cumprimento das metas do Acordo de Paris e emissões moderadas, a taxa de recuperação seria em torno de 84% após alguns séculos, o dano causado por emissões em massa, sem respeito ao acordo ou aumento de ambição das propostas sobre a mesa, permitiria que apenas 13%. da área se recuperasse pelas mesmas condições.

O novo estudo é mais um de uma série de trabalhos recentes mostrando relações importantes entre biodiversidade florestal e clima. Desde o ano passado, por exemplo, pesquisas chefiadas pelo ecólogo paraense Carlos Peres, da Universidade de East Anglia (Reino Unido), e pelo biólogo Mauro Galetti, da Unesp de Rio Claro, têm mostrado, entre outras coisas, que a caça de mamíferos como queixadas e antas ajuda a reduzir a dispersão de árvores grandes, diminuindo a fixação de carbono pelas matas na Amazônia.

Fonte: Camila Faria/ Observatório do Clima.

Revisão anual dos dados de 2015 pelo Inpe mostra que devastação da floresta cresceu 24% em relação ao ano anterior; estimativa divulgada em novembro falava em 16%.

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Foto: Succo/ Pixabay/ Domínio Público.

O desmatamento na Amazônia em 2015 foi 372 quilômetros quadrados (6,45%) maior do que o estimado pelo governo no ano passado, o que torna a taxa oficial de destruição da floresta 24% maior do que em 2014. Os dados vêm da revisão anual das estatísticas de desmatamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Segundo informou o jornalista Maurício Tuffani, a revisão está pronta desde junho, aguardando liberação do ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).

Em novembro do ano passado, a então ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou a estimativa do Prodes, o sistema de monitoramento por satélite que dá a taxa anual oficial de destruição da maior floresta tropical do mundo. Os números falavam em 5.835 quilômetros quadrados de floresta perdida, um aumento de cerca de 16% em relação a 2014. Na época, a ministra culpou os Estados pela fiscalização insuficiente.

Os dados consolidados do Prodes, baseados em 214 imagens de satélite que abarcam a região onde ocorrem 90% dos desmatamentos, indicam que o buraco é maior: 6.207 quilômetros quadrados de floresta viraram cinza. A área equivale a 4,1 vezes a cidade de São Paulo. Este é o maior desmatamento anual registrado desde 2011, primeiro ano do governo Dilma, quando foram perdidos 6.418 quilômetros quadrados de selva.

Todos os anos o Inpe divulga uma estimativa da taxa anual, no fim do ano, e uma consolidação dos dados no ano seguinte, com base em uma análise detalhada e um conjunto maior de imagens de satélite. Até o governo Dilma, o governo realizava seminários anuais com membros da academia e da sociedade civil para debater as tendências. Esses seminários foram suspensos em 2012 e serão retomados agora pelo Ministério do Meio Ambiente. O próximo está marcado para os dias 5 e 6.

Fonte: Observatório do Clima.