Público acompanha o intercâmbio de informações durante oficina (Foto: Estelle Dugachard/ ONF Brasil)

Público acompanha o intercâmbio de informações durante oficina (Foto: Estelle Dugachard/ ONF Brasil)

 

Entre 17 e 18 de abril, o coordenador científico do Projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF (PPCFPO), Dr. Roberto Silveira, a diretora da ONF Brasil, Estelle Dugachard, e o coordenador de ação estratégica do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e membro do Comitê Científico e Técnico do PPCFPO, Dr. Laurindo Campos, participaram das atividades do The Latin America and the Caribbean Scientific Data Management Workshop (ou Oficina Latino-americana e Caribenha sobre a Gestão de Dados) no Rio de Janeiro. O principal objetivo do evento foi o intercâmbio sobre as melhores práticas de gerenciamento de dados científicos em andamento nas instituições da América Latina e do Caribe.

A participação da equipe no evento permitiu compreender os desafios enfrentados por outras instituições de pesquisa e suas estratégias para garantir a perenidade e a acessibilidade da informação gerada pelos projetos. Todas as apresentações ressaltaram a relevância de uma boa curadoria, do armazenamento e da gestão de dados científicos, ações que representam o potencial de gerar reflexões sobre as análises acadêmicas e as políticas públicas. Da mesma forma, uma estratégia consolidada para a gestão dos dados do projeto poderá maximizar o alcance do PPCFPO e de seus resultados científicos.

No momento, a ONF Brasil está se preparando para disponibilizar dados abertos por meio de plataformas eletrônicas. Com essa finalidade, uma consultora de Tecnologia da Informação, a Dra. Andrea Albuquerque, foi contratada com recursos do projeto Plataforma Experimental de Gestão dos Territórios Rurais da Amazônia legal (PETRA) no ano passado. A função da profissional foi realizar um levantamento dos provedores de dados e dos tipos de interfaces do sistema, além da definição da arquitetura da informação do sistema a ser desenvolvido.

A relevância de uma plataforma eletrônica para reunir os registros e a memória dos projetos da Fazenda São Nicolau foi apontada pelo Comitê Científico e Técnico (CCT) durante a sua reunião anual de 2016. A proposta é que o banco de dados possa receber continuamente informações, gerando novos aprendizados a partir da sistematização do conteúdo. Os dados se referem ao período de quase 20 anos de existência do PCFPO com a realização de diversas pesquisas e publicações. No momento, a plataforma está em fase de elaboração e ficará disponível ao público em breve. Os próximos passos – com a materialização do banco de dados científicos da ONF Brasil e de parceiros  – deverão ser realizados por meio de acordos de cooperação técnico-cientifica, capacitação e uso de infraestrutura de armazenamento  de terceiros.

“A publicação dos metadados garante a visibilidade desejada sobre os projetos que estão sendo desenvolvidos na Fazenda São Nicolau e a publicação de data papers, a propriedade dos dados, assegurando os créditos sobre seus resultados”, explicou o Dr. Campos.

Durante a consultoria, a Dra. Albuquerque apontou a necessidade da governança dos dados  dos projetos PPCFPO e PETRA. Esses recursos devem ser baseado em ferramentas computacionais de gerenciamento de dados, passando pela execução de uma política de dados robusta, de um sistema de banco de dados e de um plano estratégico para garantir o controle de qualidade dos dados históricos e atuais.

Ciente desse processo e das demandas apresentadas, o Dr. Campos sugeriu a presença da ONF Brasil no workshop, compreendido como uma oportunidade para a interação com dirigentes institucionais, pesquisadores e profissionais da Computação e Ciência da Informação. A disposição da equipe para o diálogo durante o evento demonstra a priorização da governança dos dados científicos produzidos na Fazenda São Nicolau e a responsabilidade da instituição de compartilhar esses dados em larga escala. As palestras do The Latin America and the Caribbean Scientific Data Management Workshop devem contribuir para a definição das melhores estratégias para uma política de coleta, armazenamento e compartilhamento de dados que esteja em consonância com os modelos aplicados atualmente, em especial considerando as oportunidades e os desafios da segunda fase do PPCFPO, iniciada em 2018 . A troca de conhecimento possibilitou a indicação de plataformas viáveis e tecnologias ideais a serem adotadas em tempo relativamente curto e com custo reduzido.

De uma forma geral, o evento discutiu boas práticas para a gestão de dados de repositórios da região, o mapeamento das iniciativas da área e os critérios para a certificação de repositórios. A diretora da ONF Brasil se integrou aos debates, inclusive durantes os encontros paralelos, que abordaram temas como: novas tendências e perspectivas futuras para projetos de dados científicos; Integração e constituição de plataformas compartilhadas para gerenciamento de dados de pesquisa; e financiamento, treinamento e infraestrutura para serviços de dados científicos. A oficina foi organizada pelo World Data System (Sistema Mundial de Dados), órgão do International Council for Science (Conselho Internacional para a Ciência), em parceria com a Academia Brasileira de Ciência e o Museu do Amanhã.

“O workshop como um todo ajudou a delimitar as plataformas e políticas mais apropriadas para os dados do Projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF, assim como os parceiros ideais para esse intercambio. A implementação dessa plataforma e do compartilhamento de dados é um processo em andamento que já tem seu plano de ação estabelecido, mas que está na fase de formalização das parcerias. Essa busca de parcerias e definição de estratégias de trabalho foram os principais resultados do workshop para a ONF”, concluiu Silveira.

Equipes da ONF Brasil e do Programa LBA se encontram (Foto: LBA)

Equipes da ONF Brasil e do Programa LBA se encontram (Foto: LBA)

 

No dia 26 de julho, a diretora da ONF Brasil, Estelle Dugachard, e a Coordenadora do projeto PETRA, Christelle Ndagijimana, viajaram a Manaus para encontrar a equipe do escritório central do Programa LBA. Coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o LBA desenvolve estudos, cursos de pós-graduação e parcerias para entender o funcionamento dos ecossistemas amazônicos e das mudanças climáticas. As informações produzidas durante os 19 anos de existência do LBA se encontram sistematizadas em três bases de dados: logística, financeira e de pesquisa.

De forma semelhante, a ONF Brasil pretende construir um banco de dados para garantir o registro histórico de seus projetos, desde o início dos plantios na Fazenda São Nicolau. O projeto PETRA (Plataforma Experimental de Gestão dos Territórios Rurais da Amazônia legal) contratou a consultora em Tecnologia da Informação, Dra. Andréa Albuquerque, para criar a plataforma. Parte do trabalho de Andréa é levantar os provedores de dados do projeto, detectar os tipos de interfaces do sistema e definir arquitetura da informação do sistema. Portanto, a visita ao LBA é essencial para aprender mais sobre outros bancos de dados utilizados para garantir a perenidade e qualidade do acervo de conteúdo científico.

A plataforma de pesquisa do LBA é chamada de SYS LAB e permite, além de armazenar e atualizar informações, aplicar os dados em relatórios. Segundo o analista de sistemas Luciano Ferreira, o SYS é aperfeiçoada continuamente pelos próprios usuários, funcionários do LAB. A Assistente de Gerência Científica, Erika Schloemp, lembrou ainda que o cadastro dos projetos no banco de dados garante uma visão geral e o registro de documentos relevantes das pesquisas.

Estelle e Christelle se interessaram pela simplicidade e praticidade da plataforma que pode fortalecer a transparência dos processos, especialmente aqueles relacionados ao investimento de recursos, e facilitar a logística de visitação à Fazenda.

 

*Com informações do Programa LBA.