Alan Bernardes ao lado de membros da banca. (Foto: acervo ONF Brasil)

Alan Bernardes ao lado de membros da banca. (Foto: acervo ONF Brasil)

A dissertação do engenheiro florestal Alan Bernardes foi defendida em 14 de junho no Programa de Mestrado de Ciências Florestais e Ambientais da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso). O objetivo do estudo foi avaliar se haveria diferenças nos parâmetros analisados para o conjunto das árvores – por exemplo, biomassa e densidade populacional – se as parcelas de monitoramento tivessem tamanhos diferentes. Os dados usados foram os aqueles coletados na rede de parcelas permanentes instalada no início do ano, conforme protocolo acordado com CIRAD, Embrapa Amazônia Oriental e UFMT. Eles serão fornecidos para as Redes de Parcelas Internacionais (TmFO e Redeflor), que monitoram dados de florestas tropicais no mundo inteiro.

Trabalhando e residindo na Fazenda São Nicolau, Alan recebeu todo o apoio da ONF Brasil para conciliar suas responsabilidades na empresa com os desafios de estudante mestrando. A organização financiou a flexibilização de horários e logística para que Alan pudesse atender às aulas condensadas, a operacionalização da pesquisa, além de fornecer suporte para o trabalho de campo, a equipe de colaboradores, os materiais disponíveis e a coleta de dados. A situação do Alan também foi diferente da maioria dos estudantes de mestrado. Se, por um lado, ele estava distante fisicamente da universidade, por outro, Alan se encontrava em uma situação privilegiada por ter experiência de campo e para coletar os dados.

“Foi uma dinâmica diferente dos alunos de concentração exclusiva, que residem em Cuiabá e passam todo o período na universidade. O que fiz foi concluir os créditos ao longo dos dois anos, privilegiando disciplinas condensadas, em Sinop e Cuiabá. Assim, mediante apoio da ONF Brasil e da UFMT, fui realizando as disciplinas, traçando o projeto com o professor, montando o trabalho de campo e coletando os dados no último ano até a conclusão do trabalho”, explica.

A dissertação, orientada pelo prof. Dr. Samuel de Pádua Chaves e Carvalho, se insere na linha de pesquisa sobre Manejo Florestal e testou quatro tamanhos diferentes de parcelas durante o diagnóstico florestal: 0,25 ha, 0,50 ha, 0,75 ha e 1,00 ha. A partir dessas informações, foi possível avaliar quais parcelas apresentariam as melhores estimativas dos parâmetros biométricos, a saber biomassa, densidade populacional e estrutura de diâmetro.

Os resultados da pesquisa indicaram que, de maneira geral, nesta etapa de diagnóstico inicial, não houve influência do tamanho da parcela nos atributos biométricos. Ou seja, a menor unidade amostral – aquela de 0,25 ha – apresentou uma boa eficácia para a predição dos parâmetros. Portanto, todos os tamanhos de parcelas simulados na pesquisa poderiam ser utilizados em inventários florestais no Noroeste de Mato Grosso.

A dissertação recebeu contribuições dos professores que compuseram a banca final, o orientador Samuel, o coorientador Dr. Ronaldo Drescher, além dos outros membros da banca, o Dr. Marcos Felipe Nicoletti e o Dr. Carlos Alberto Silva.

A ideia da pesquisa surgiu após uma visita do Centro de cooperação internacional em pesquisa agronômica para o desenvolvimento (CIRAD) na Fazenda São Nicolau.  Durante o trabalho, o pesquisador Lilian Blanc apresentou a tendência de uso de parcelas maiores para facilitar o processo de inventário em redes de parcelas permanentes de monitoramento florestal. Assim a ideia foi pautada, em compará-las com o estudo de parcelas menores, usadas como modelo para os diagnósticos avaliados pela Sema-MT. Os dados permitem a futura comparação entre áreas de manejo antes e depois da exploração florestal.

Para o futuro a intenção é remedir as parcelas, após a exploração, e entender melhor os efeitos dessas práticas para o ecossistema. Com o compartilhamento dos dados nas redes internacionais, esperam-se outros resultados comparativos sobre as dinâmicas das florestas tropicais e os impactos dos manejos em diversas condições.