O Seminário sobre os desafios e perspectivas da cadeia da Castanha-do-Brasil no Noroeste de Mato Grosso sensibilizou fazendeiros para a relevância econômica e ambiental dos produtos florestais não madeireiros

 

Coletores de castanha e gestores públicos discutem sobre a relevância do setor (Foto: Acervo da ONF Brasil)

Coletores de castanha e gestores públicos discutem sobre a relevância do setor (Foto: Acervo da ONF Brasil)

 

Coletores de castanhas-do-Brasil, a sociedade civil e gestores públicos dialogaram sobre as estratégias de comercialização e financiamentos deste fruto. Durante os três dias do seminário, 15 a 17 de fevereiro, os participantes também compartilharam informações referentes à regulamentação ambiental, trabalhista e fiscal da atividade. Os debates, ocorridos em Cotriguaçu (MT), foram organizados pela Associação de Coletores (as) de Castanha-do-Brasil do PA Juruena (ACCPAJ), em colaboração com a ONF Brasil e o Instituto Centro de Vida (ICV).

O objetivo inicial era sensibilizar os proprietários de fazendas e planos de manejo – que abrangem as castanheiras (Bertholletia excelsa) – sobre a relevância social, ambiental e econômica do extrativismo dos produtos florestais não madeireiros.  Contudo, o seminário serviu principalmente como um espaço de troca de experiências entre os gestores públicos e os atores inseridos na cadeia produtiva da castanha.

A Fazenda São Nicolau sediou o início do evento com um “dia de campo” para que os participantes vivenciassem a realidade dos coletores. Caminhando algumas horas pela floresta, eles conheceram boas práticas do extrativismo. Há a preocupação com a alimentação dos animais – responsáveis pela dispersão da espécie – e com a qualidade da castanha – garantida por técnicas de seleção e armazenamento ainda na floresta. A chuva não desanimou os participantes e criou uma experiência mais próxima do cotidiano do castanheiro.

O restante do seminário se desenvolveu no auditório da Câmara Municipal de Cotriguaçu. As experiências de coleta foram apresentadas segundo os temas “Regulamentação Ambiental e “Abertura das Áreas de Coleta e Estratégias de Comercialização e Beneficiamento”. Em grupos de trabalho, os participantes elaboraram um plano de ação e formaram uma rede com as organizações de base da coleta da castanha.

 

Fazenda São Nicolau promove dia de campo para os participantes (Foto: Acervo da ONF Brasil)

Fazenda São Nicolau promove dia de campo para os participantes (Foto: Acervo da ONF Brasil)

 

O evento contou com o apoio do Governo do Estado por meio da Secretaria de Meio Ambiente, de Agricultura Familiar, de Trabalho e Assistência Social e do Gabinete de Desenvolvimento Regional, assim como do Ministério Público e da Prefeitura de Cotriguaçu. O projeto PETRA (Plataforma Experimental para gestão dos Territórios Rurais da Amazônia Legal) contribuiu também com apoio logístico, participação no evento e apresentação do estudo técnico-econômico das cadeias de produtos florestais não madeireiros na região noroeste do Mato Grosso, realizado pela Ecotoré Serviços Socioambientais.

A ONF Brasil apoia a ACCPAJ desde os primeiros processos de organização, em 2012, e disponibiliza a área da Fazenda São Nicolau para os castanheiros – 16 toneladas de castanha foram coletadas na última safra. Mais recentemente, tem acompanhado a associação na demanda pela elaboração de políticas públicas municipais e pela regulamentação do extrativismo a partir da Sema. Após este seminário, a ONF Brasil pretende contribuir no mapeamento dos castanhais da região e elaborar projetos para a mobilização de recursos