23

dez

2020

Novas tecnologias auxiliam inventário de carbono nas parcelas permanentes do Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF

Por forest
ONF Brasil inventaria estocagem de carbono nas árvores do PCFPO (Acervo ONF Brasil)

ONF Brasil inventaria estocagem de carbono nas árvores do PCFPO (Acervo ONF Brasil)

O levantamento é uma atividade anual realizada desde 2003 nos plantios do Projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF (PPCFPO). O inventário de 2020 aconteceu entre outubro e novembro e avaliou as 419 parcelas permanentes do projeto. O objetivo da atividade é medir o carbono estocado pelas árvores plantadas e pela regeneração natural na área do projeto mediante o acompanhamento do crescimento das plantas.

“Com base nos dados do inventário é possível quantificar o carbono que nossas florestas podem estocar de um ano para o outro. Deste modo, é possível argumentar sobre a importância de manter essas florestas em pé e quantificar qual o valor das nossas florestas para o mundo”, explicou um dos integrantes da equipe do inventário, o engenheiro florestal Roniel Lobo da Silva.

Os colaboradores da ONF Brasil foram organizados em equipes com a liderança de engenheiros florestais auxiliados por dois estagiários também de Engenharia Florestal: Marcos Vinicius da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso) e Mateus Rosante da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e dois assistentes de campo. O Roniel e o Antonio Gomes do Nascimento Junior (estudante do último ano de Engenharia Florestal na Unemat) foram líderes de campo e assumiram a função de atuar na linha de frente, operando os equipamentos e testando nova ferramenta de coleta de dado me campo durante o inventário.

As equipes medem as árvores e inserem os dados no sistema (Acervo ONF Brasil)

As equipes medem as árvores e inserem os dados no sistema (Acervo ONF Brasil)

De acordo com a metodologia da atividade, cada equipe vai a campo com as fichas do ano anterior – tendo acesso aos dados históricos – e coleta os novos dados da remedição das árvores. Este ano, a novidade foi o uso de tablets, garantindo a informatização dos dados. A tecnologia facilita o levantamento dos dados, minimiza os erros e torna as informações mais confiáveis. Para isso, foi desenvolvido um programa com o apoio da ONF International que permitia já inserir os dados diretamente no sistema. 

Durante o inventário, são coletados dados de CAP (Circunferência à Altura do Peito), qualidade de fuste, tipo de fuste, além de informações mais detalhadas, como a presença de cipós ou ataques de pragas e doenças. Também são registradas as informações espaciais de acordo com o GPS do tablet

De volta ao escritório, os dados coletados no dia são centralizados e salvos diretamente no banco de dados da Fazenda. A organização sistemática dos dados históricos no banco de dados e sua espacialização permitirá realizar análises muito mais profundas e multivariáveis sobre as dinâmicas de crescimento e estocagem de carbono das diferentes espécies plantadas em diferentes condições. Também garante uma maior qualidade e coerência de dados.

O Antonio destacou as facilidades do tablet. “Como a gente tem tudo georreferenciado e sabemos onde estamos, fica muito mais fácil de se localizar no mapa e nas parcelas da Fazenda”.

Outra novidade do inventário foi a participação do Luís Henrique de Araújo, estudante de 19 anos que cursa Engenharia Florestal na Unemat. Diferente de outros estagiários que já integraram as equipes da ONF Brasil, o Luís carrega consigo um diferencial: é fruto da Fazenda São Nicolau. Ele é filho do gerente de campo Gilberto de Araújo e da cozinheira Alaíde de Araújo, que vivem na propriedade e trabalham na ONF Brasil desde o início do projeto. Ou seja, Luís nasceu e cresceu na São Nicolau.

A decisão de cursar Engenharia Florestal aconteceu quando estagiários de pesquisa da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) estavam na fazenda e o convidaram para ir a campo.  “Eu percebi que realmente gostava de algo que estava envolvido com a natureza.” 

Em 2020, suas aulas na Unemat foram suspensas por causa da pandemia. Achou melhor se deslocar de Alta Floresta para a Fazenda para ficar com os pais. Nesse período de isolamento, foi convidado para participar do inventário. Conta que foi a primeira vez que teve o contato direto com a coleta dos dados e seu tratamento.

Após o levantamento desses dados, o conteúdo é sistematizado em uma tabela de atributos e os dados podem ser extraídos e utilizados de acordo com o interesse da pesquisa ou projeto – auxiliando em atividades de pesquisa, florestais e agrícolas. É possível, por exemplo, avaliar o crescimento, a distribuição geografia das espécies e avaliar a regeneração. O objetivo principal, no entanto, é computar os dados para estimar o carbono estocado e gerar créditos de carbono, validados pela certificadora VCS (Verified Carbon Standard). Os créditos de carbono assim gerados podem ser comercializados e a receita obtida reinvestida no projeto. Neste ano especificamente, a venda dos créditos de carbono garantiu o equilíbrio econômico do projeto, cobrindo as perdas devidas à paralisação das atividades próprias da Fazenda por conta da pandemia, como ecoturismo e exploração da Teca.

“Foi um inventário bem-feito e organizado. Com este inventário, foi possível a correção de alguns erros dos anos anteriores e, se continuar nesse ritmo, para os próximos anos, teremos cada vez mais dados apurados”, avalia Roniel.

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