03

nov

2021

Experiência anterior como assentado e agricultor facilita o diálogo do novo técnico de campo do Projeto Terramaz com os beneficiários de Cotriguaçu

Por forest
Aprimorar técnicas para a pós-colheita do café agroecológico é um dos objetivos das Unidades Demonstrativas a serem implementadas no PA Juruena e na Fazenda São Nicolau (Foto: Acervo ONF Brasil)

Aprimorar técnicas para a pós-colheita do café agroecológico é um dos objetivos das Unidades Demonstrativas a serem implementadas no PA Juruena e na Fazenda São Nicolau (Foto: Acervo ONF Brasil)

No fim de abril, Rafael Pereira de Paula foi contratado como técnico de campo do Projeto TerrAmaz. Além de ser agrônomo, mestre em Agroecologia e doutorando em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, Rafael tem um histórico pessoal que contribui para as atividades de transição agroecológica em Cotriguaçu (MT). Ele veio da região Norte de Mato Grosso e é um antigo assentado e agricultor. Sua tarefa principal no TerrAmaz é coordenar a implementação das Unidades Demonstrativas (UDs) no Projeto de Assentamento Juruena e na Fazenda São Nicolau, com foco nas cadeias produtivas do café e da pecuária. O diálogo com os beneficiários é estratégico para a iniciativa e o passado de Rafael é um aliado para estabelecer os contatos e gerar empatia.

Apesar dos desafios e os impactos impostos pela pandemia, o TerrAmaz avança com adaptações no desenho do projeto. Rafael já iniciou a seleção dos beneficiários, sempre com o cuidado de evitar aglomerações.

“Procuramos sempre fazer reuniões remotas pela internet e visitas apenas quando necessário, sempre tomando os cuidados com distanciamento e utilizando máscara e álcool em gel. Tivemos que mudar algumas atividades, como nos convites aos agricultores, que estava previsto para ser em uma reunião coletiva e tivemos que fazer individualmente; e também os intercâmbios que foram adiados. Estamos atentos e todas as nossas ações buscam manter a integridade e saúde de todos os nossos parceiros”, explica Rafael.

Com os protocolos necessários, uma rede de contatos é formada. As próximas ações visando a transição agroecológicas são a realização de um diagnóstico nas propriedades selecionadas. A intenção é implementar 10 UDs no PA Juruena e 2 na Fazenda São Nicolau (uma para café e a outra para pastagem) apenas no primeiro ano. No total, estão previstas 23 UDs para os próximos anos (uma na Terra Indígena Escondido e 10 a mais no PA Juruena).

A expectativa para o futuro próximo é organizar intercâmbios para compartilhamento de experiências entre os agricultores do TerrAmaz e outros que já possuem sistemas de produção consolidados e em transição agroecológica.

CTO se reúne para alinhar e discutir as próximas ações do projeto (Foto: Acervo ONF Brasil)

CTO se reúne para alinhar e discutir as próximas ações do projeto (Foto: Acervo ONF Brasil)

Outros avanços do projeto foram a primeira reunião do Comitê Técnico Operacional (CTO) do TerrAmaz em Cotriguaçu e a execução do estudo de viabilidade de formação de Comitês de Avaliação de Crédito (CACs) do Banco Comunitário Raiz nas comunidades beneficiárias.

O encontro do CTO aconteceu no dia 1º de junho, envolvendo as principais beneficiárias e implementadoras do projeto: ONF Brasil, Instituto Centro de Vida (ICV), Associação de Coletores(as) de Castanha-do-Brasil do PA Juruena (ACCPAJ) e a Aldeia Babaçual. Foram fundamentais para os debates a presença da Estelle Dugachard, diretora da ONF Brasil, Benedita Mendes, técnica do ICV, e Rodrigo Marcelino, indigenista do ICV. A participação do grupo contribui para a gestão estratégica, implementação e monitoramento das atividades em Cotriguaçu, município que se configura como um piloto do projeto.

Durante a reunião, foi apresentado o funcionamento do CTO. Também se compartilhou o balanço das atividades realizadas e a programação para os próximos quatro meses, além de abordar a necessidade de consentimento dos indígenas Rikbaktsa e da Fundação Nacional do Índigo (Funai) para o trabalho na Terra Indígena Escondido.

E o segundo avanço do TerrAmaz, os CACs do Banco Comunitário Raiz, tiveram por objetivo estruturar uma ferramenta de crédito inovador para potencializar a transição agroecológica pretendida. Esse banco é uma organização de economia popular e solidária, sistematizada pelo Instituto Ouro Verde (IOV) desde 2012. Por meio da obtenção de recursos para o investimento e custeio de produtos agroecológicos (produção, transformação e comercialização), o banco fortalece e dinamiza a agricultura familiar e pequenos empreendimentos na Amazônia. O impacto é positivo para o bem-estar das famílias da região.

A avaliação do desenho e do futuro do TerrAmaz também é positiva. “O projeto possui objetivos claros e concisos, com estrutura bem definida e que visa atender às demandas dos próprios agricultores. As primeiras impressões do projeto foram muito positivas e produtivas. Já deu a noção do tamanho dos desafios que enfrentaremos no decorrer do projeto”, justifica Rafael.

O técnico de campo vê o projeto como uma oportunidade para apoiar os beneficiários na obtenção de uma produção de qualidade, sustentável e mais rentável. Participar do projeto e vivenciar as atividades da Fazenda São Nicolau foram outras vantagens encontradas por Rafael ao assumir o cargo.

“A Fazenda São Nicolau me impressionou positivamente pela amplitude dos projetos em que atua, sempre buscando a conservação ambiental, a estrutura é maravilhosa e todos os funcionários me receberam muito bem e me deram todo o apoio que será fundamental para cumprir com os objetivos do TerrAmaz, é uma felicidade imensa conhecer e viver na fazenda.”

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