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Imagem: Pixabay

 

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou o documento-base sobre a elaboração da estratégia nacional de implementação da Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC) do Brasil, no contexto do Acordo de Paris.

Entidades interessadas em comentar o texto, têm do dia 16 de dezembro até março de 2017, para preencher o formulário e enviá-lo ao endereço eletrônico ndcdobrasil@mma.gov.br. As contribuições serão repassadas ao Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e às Câmaras Temáticas, no processo de Diálogos Estruturados.

Elaborado no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica entre o MMA e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o documento-base tem por finalidade subsidiar os diálogos estruturados que o Ministério promoverá em 2017, com o apoio do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, para a elaboração da NDC do Brasil.

Para a elaboração do texto foram consideradas áreas temáticas derivadas da NDC, contemplando biocombustíveis, florestas, agropecuária, indústria, transportes e setor elétrico.

ESTIMATIVA

Segundo o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Everton Lucero, o documento vai balizar as discussões com vistas à elaboração da Estratégia Nacional de implementação e Financiamento da NDC. “Trata-se de um relevante ponto de partida para o debate com a sociedade”, disse.

A estimativa é que a promoção das ações previstas necessite de uma mobilização de recursos entre R$ 890 bilhões e R$ 950 bilhões de Reais até 2030. “Ainda que seja uma estimativa muito preliminar, os valores demonstram a ordem de grandeza que deve ser considerada para o cumprimento das metas brasileiras”, completa Lucero.

De acordo com ele, a projeção reforça a necessidade de reorientação do projeto de desenvolvimento nacional com vistas à consolidação de uma economia de baixo carbono no longo prazo.

Fonte: MMA

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Foto: Fernando Araújo/ Diário Online.

O ano de 2016 caminha para ser o mais quente já registrado. Enquanto isso, no Brasil, um dos El Niños mais intensos das últimas décadas exacerbou a estação seca em boa parte da na Amazônia. Quando esses dois quadros se juntaram ao uso inadequado do fogo nos últimos meses, vastos quinhões da Amazônia arderam, com graves consequências para as populações, para a economia e para a natureza.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área queimada na região em setembro chegou a 54,5 mil quilômetros quadrados, maior do que o Estado do Rio de Janeiro – extensão pouco menor do que em setembro de 2015, contrariando previsões iniciais de potencial recorde neste ano. Nem por isso há o que se comemorar: largas áreas de vegetação foram incendiadas. “Sabemos que está ocorrendo o aumento da estação seca na Amazônia e uma alteração no ciclo hidrológico, mas ainda não sabemos direito as causas”, diz o cientista Paulo Artaxo, professor na Universidade de São Paulo (USP) e conselheiro do IPAM.

Estresse

De acordo com dados da NASA (agência espacial norte-americana), o solo da floresta amazônica está menos úmido em 2016 do que em 2005 e 2010, dois anos que também registraram secas extremas. A área queimada no bioma aumentou 110% em 2015 em relação à área queimada em 2006, segundo cálculo baseado em informações do Inpe. Enquanto isso, a área de corte raso caiu 56%, ficando estacionada ao redor de 5.000 km2.

Em todo o mundo, as regiões de floresta tropical têm aquecido em média 0,26°C por década desde meados de 1970. Quando diferentes forças – atividades humanas, como mudança no uso do solo e emissões de CO2, mais fatores naturais, como El Niño – atuam sobre uma mesma região ao mesmo tempo, pesquisas científicas combinadas a políticas públicas precisam ser prioritárias. “Políticas de longo prazo, presença do Estado e governabilidade estadual são essenciais para definir os próximos rumos do ambiente e da população como um todo”, diz o cientista.

Fonte: Diário Online com informações do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.