12
jul
2016
Os 317 exemplares da família Spirostreptidae encontrados na fazenda foram classificados nas espécies Plusioporus salvadorii (46,4% das ocorrências), Trichogonostreptus mattogrossensis (28,4%) e Urostreptus tampiitauensis (25,2%). A família em questão pertence à classe Diplopoda, cujos indivíduos são considerados detritívoros por se alimentarem de restos de matéria orgânica e colaboram na reciclagem dos nutrientes. Os diplópodes – apelidados de “piolhos-de-cobra” no Brasil – são vulneráveis aos impactos ambientais. Existe pouco conhecimento acumulado sobre as características e o comportamento das espécies desta classe. Artigo publicado em 2015 sobre as variáveis ambientais no padrão de distribuição das referidas espécies contribui para preencher esta lacuna.
O estudo desenvolvido por Daniel Augusto Batistella e equipe considerou variáveis como altitude, propriedades do solo (pH, camada de decomposição, porcentagem de areia e argila) e abertura de dossel (referente à cobertura formada pela copa das árvores). Registros anteriores identificaram que a classe analisada, dos Diplopoda, possui uma relação com o Pantanal mato-grossense e a Amazônia. Estimativas apontam a existência de aproximadamente 7 mil espécies e subespécies de diplópodes nesta floresta tropical. Porém, apenas 250 espécies foram descritas.
A pesquisa na São Nicolau revelou que a distribuição das espécies analisadas foi influenciada pela presença da argila – que torna o solo mais rico em matéria orgânica – e a altitude dos terrenos – que indiretamente impacta também na composição das flores. Somente a espécie U. tampiitauensis não se apresentou suscetível a estas variações.
A partir do reflorestamento de áreas da fazenda, anteriormente ocupadas por pastos, os responsáveis pelo projeto Poço de Carbono Florestal PEUGEOT–ONF esperam que essas espécies retornem à região. Devido à pastagem, houve a diminuição da diversidade da fauna associada ao folhiço – camada fina de matéria orgânica vegetal. Os diplópodes em questão contribuem na reciclagem da matéria, cumprindo um papel de destaque no sucesso dos plantios de árvores jovens.
Referências bibliográficas:
Batistella, D. A. (2015) Distribuição de espécies de Spirostreptidae (Diplopoda: Spirostreptida) em uma área na Amazônia mato-grossense. Acta Biológica Paranaense, 44(1-4).
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