19

jul

2016

Queimadas: período proibitivo começa hoje e Mato Grosso já registra alta de 36%

Por forest

Apesar de estarmos apenas no início do período de seca em Mato Grosso, considerado crítico pela ausência de chuvas e baixa umidade do ar, o estado já registra os maiores índices de focos de calor do Brasil, totalizando 7.865 ocorrências de primeiro de janeiro até hoje, 15, mais que o dobro do segundo colocado, o estado de Tocantins, com 3.764 focos detectados. O total é 36,8% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando Mato Grosso contabilizou 5.746 focos de calor. Os dados são do satélite referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

 

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No ranking estadual, 23 municípios já registram mais de 100 focos de calor, sendo a situação mais crítica nos municípios de Nova Maringá, com 397 focos, e Nova Ubiratã, com 329 registros. Na sequência, aparecem São Félix do Araguaia (289), Paranatinga e Gaúcha do Norte, ambos com 287 focos de calor registrados. Em uma análise comparativa com o ano passado, é possível perceber que os mesmos municípios aparecem liderando os focos de calor. Ou seja, a situação se repete.

Em Mato Grosso, o fogo ainda é usado em áreas rurais para a chamada ‘limpeza’, quando a floresta já degradada é queimada para ser substituída por cultivo agrícola ou atividade pecuária. De acordo com boletim do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), do Corpo de Bombeiros, responsável pelo monitoramento e ações de combate em Mato Grosso, mais de 80% dos focos foram registrados em áreas privadas, cerca de 11% em Terras Indígenas e pouco mais de 4% em Assentamentos Rurais. Os dados se referem ao período de primeiro de janeiro a 13 de julho deste ano. Os números contradizem o discurso do setor agropecuário local que, em quase a sua totalidade, defende que o fogo não é mais utilizado para abertura ou limpeza de áreas e as ocorrências são provocadas por outros fatores.

 

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Segundo o major do Corpo de Bombeiros, Jean Carlos Arruda de Oliveira, chefe da seção de operações do BEA, a prioridade é atender as áreas públicas, principalmente as ocorrências em Unidades de Conservação. “Não é papel do Estado utilizar recursos públicos para resolver problemas em áreas privadas. Ainda assim, somos acionados e atuamos em situações de emergência. O que precisa ficar claro é que as queimadas são provocadas pela ação do homem de forma intencional”, disse o major durante evento sobre queimadas destinado a jornalistas, realizado nesta quinta-feira, em Cuiabá, numa parceria do Instituto Centro de Vida (ICV) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). Ele também revelou que, neste ano, a fiscalização em campo será reforçada, através de duas equipes de perícias. O objetivo, segundo Oliveira, é aumentar a responsabilização pelos incêndios florestais, que em grande parte é de origem criminosa e intencional. Segundo a Sema, no ano passado, das 46 Unidades de Conservação Estadual, 15 queimaram.

As queimadas estão proibidas em todo Mato Grosso entre 15 de julho e 15 de setembro, período que pode ser prorrogado, conforme o Decreto nº 638, publicado no Diário Oficial do governo do estado nesta semana. Durante este período, a Secretaria de Estado de Meio ambiente (Sema-MT) não emite autorizações para queimadas e a prática é considerada crime, com pena que varia de pagamento de multa até prisão. Importante ressaltar que fora deste período é necessário retirar uma autorização do órgão ambiental para queima controlada em áreas rurais e que, nas áreas urbanas, as queimadas são proibidas durante o ano inteiro.

Plano de Combate e prevenção às queimadas

Para tentar dar uma reposta mais efetiva ao grande número de queimadas e incêndios florestais em Mato Grosso, o governo estadual lançou, nesta semana, um plano que prevê R$ 1,3 milhão em investimentos para atendimento prioritário da capital e municípios do interior durante o período proibitivo. O total pode chegar a R$ 4 milhões, se levada em consideração uma proposta de atendimento em parceria com os municípios mais populosos e considerados críticos pela alta incidência de focos de calor: Feliz Natal, Sinop, Cláudia, Ipiranga do Norte, Vera, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Aripuanã, Comodoro e Porto Esperidião.

Como nesta época do ano não chove no estado, as condições climáticas, como baixa umidade do ar e maior acúmulo de material seco, favorecem as queimadas sem controle, que ocasionam enormes prejuízos ambientais, econômicos e, principalmente, problemas de saúde.

Fonte: Daniela Torezzan/ICV

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