O escorpião da espécie T. strandi em momento posterior à captura da aranha A. rufus (Foto: acervo do grupo de pesquisadores liderados por Leandro Battirola)

Um caso de predação da aranha Ancylometes rufus pelo escorpião Tityus strandi foi registrado na Fazenda São Nicolau (Cotrtiguaçu, MT) pela equipe formada por pesquisadores do Núcleo de Estudos da Biodiversidade da Amazônia Mato-grossense (NEBAM) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Laboratório Especial de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan de São Paulo. A observação ocorreu em 2009, quando os estudiosos caminhavam em uma trilha para coletar manualmente artrópodes e anfíbios.

Existem 2 mil espécies de escorpiões no mundo. Dessas, 130 foram registradas no Brasil e 75 na Amazônia em território nacional. Ainda que a diversidade das espécies de escorpião não seja totalmente conhecida na floresta, o gênero Tityus com 27 espécies reconhecidas é abundante na região. O Tityus strandi, em particular, é encontrado nos estados do Amazonas, do Pará e do Mato Grosso. Ele é terrestre em planaltos, mas tem hábitos arborícolas em áreas inundadas.

As aranhas, como a Ancylometes rufus, são presas sazonais para escorpiões – considerando a variedade de outras pequenas presas. A espécie, terrestre, é distribuída pela Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. O registro na São Nicolau ocorreu às 10 da manhã às margens de uma corrente d’água e os espécimes foram coletadas em dezembro de 2009. A captura não foi fotografada, uma vez que a aranha foi encontrada morta com o abdômen parcialmente consumido. No entanto, há o registro da imagem do T. strandi carregando a A. rufus.

Os exemplares foram depositados no Acervo Biológico da Amazônia Meridional (ABAM) da UFMT e o resultado do registro foi publicado em 2015 no periódico Acta Biológica Paranaense da Universidade Federal do Paraná.

Referência bibliográfica:

Battirola, L. D. (2015) Um caso de predação de Ancylometes rufus (Walckenaer, 1837)(Araneae, Ctenidae) por Tityus strandi (Werner, 1939)(Scorpiones, Buthidae) no sul da Amazônia. Acta Biológica Paranaense, 44(1-4).