Espécime de Leptodactylus paraensis encontrado na Fazenda São Nicolau (Foto: Ana Bárbara Barros e equipe)

Os novos registros no estado de Mato Grosso, realizados em uma região ameaçada pelo desmatamento, ampliaram a área de distribuição da espécie. As coletas foram realizadas por uma equipe de pesquisadores do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (INCT-CENBAM) e do Acervo Biológico da Amazônia Meridional da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). As informações detalhadas estão disponíveis em artigo publicado no periódico internacional “Herpetology Notes” em 2012.

O Leptodactylus paraensis pertence ao “grupo” Leptodactylus pentadactylus, composto por 19 espécies. Apesar da sua abundância nas florestas nativas da Amazônia, a história natural e a distribuição do L. paraensis ainda são pouco conhecidas. Na Floresta Amazônica, houve registros da espécie de sapo em Cláudia (MT), na Serra de Kukoinhokren (PA), na Floresta Nacional do Tapajós (PA) e na Floresta Nacional do Trairão (PA).

As observações relatadas no artigo ocorreram na Fazenda São Nicolau, Cotriguaçu (MT), e no Parque Estadual do Cristalino, Mundo Novo (MT). A primeira é de dezembro de 2011 e a segunda, de fevereiro de 2012. Os pesquisadores obtiveram o apoio logístico da ONF Brasil e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT). Os exemplares coletados foram depositados na Coleção Herpetológica da UFMT, no campus de Sinop.

A ampliação de áreas de distribuição de uma espécie é uma ocorrência importante com implicações para a conservação. No caso de anfíbios, essa ampliação é ainda mais crítica, visto que as mudanças climáticas têm causado a perda global de espécies nas últimas décadas.

Referência bibliográfica:

Barros, A. B., RODRIGUES, D., NORONHA, J., & Almeida, E. J. (2012). New record and distribution extension of Leptodactylus paraensis Heyer, 2005 (Anura, Leptodactylidae) in state of Mato Grosso, Brazil. Herpetology Notes, 5, 323-324.