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ago

2016

Estudo identifica maior equilíbrio ambiental e diversidade de insetos da família Geometridae em área de floresta nativa

Por forest
A Synchlora gerularia esteve entre as espécies mais dominantes na coleta (Foto: Hans Hillewaert/ Wikimedia Commons/ Creative Commons)

A Synchlora gerularia esteve entre as espécies mais dominantes na coleta (Foto: Hans Hillewaert/ Wikimedia Commons/ Creative Commons)

 

Um grupo de pesquisadores das faculdades de Engenharia Florestal da UFMT-campus Cuiabá e da UFPR-campus Jardim Botânico coletou borboletas e mariposas da família Geometridae para analisar as variações da presença das espécies em diferentes ambientes da Fazenda São Nicolau (Cotriguaçu, MT). As coletas ocorreram, entre outros lugares, na região de reflorestamento de espécies nativas consorciadas com Teca e na área de floresta nativa. O interesse do estudo se explica pela necessidade de controle de espécies desfolhadoras, consideradas como pragas devido aos danos que causam aos plantios. Além disso, os insetos são sensíveis às variações ambientais, ainda que pequenas, sendo, portanto, ideais como bioindicadores. Assim, a compreensão das flutuações populacionais da Geometridae sugere pistas para a conservação ambiental.

Mais de 21 mil espécies da referida família são conhecidas. Com a exceção de áreas polares, elas habitam em regiões de todo o mundo. Isto é, a Geometridae é resistente e se adapta a condições ambientais desfavoráveis – como aquelas geradas pelo desmatamento. Assim, as suas espécies invadem habitats, se proliferando e alterando a diversidade local.

Os estudiosos instalaram armadilhas luminosas na São Nicolau para atrair e capturar os insetos em questão. A coleta ocorreu de julho de 2007 a junho de 2008 e foi realizada nos seguintes ambientes: plantio de teca, plantio consorciado (com figueira, aroeira, caroba, jamelão e peroba), área de capoeira (vegetação que rebrota após o desmatamento), mata ripária (às margens de leitos d’água) e floresta nativa.

Ao total, 387 indivíduos foram coletados. Entre os exemplares, se verificou a existência de 10 gêneros e 25 espécies. As Semiothisa sp.3, Synchlora gerularia e Synchlora sp.2 foram as espécies dominantes em todas as áreas. Inclusive, há registros anteriores da adaptação do gênero Semiothisa às culturas agrícolas no Brasil.

A maior parte dos insetos coletados, quase 30%, eram provenientes do plantio consorciado; devido à heterogeneidade das plantas, à oferta de várias folhas e néctares de flores como alimento para os insetos que ocorrem ao longo de todo o ano e diminuem a competição por alimento. Contudo, o índice mais alto de diversidade foi encontrado na floresta nativa. O fato pode ser explicado pelo equilíbrio ambiental que favorece a maior biodiversidade – e menor quantidade de indivíduos.

Dentre os estudiosos da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), estavam os professores doutores Otávio Peres Filho e Alberto Dorval. Os resultados da análise foram publicados na revista “Pesquisa Florestal Brasileira” da Embrapa Florestas.

 

Referência bibliográfica:

Januário, A. B. S., Peres Filho, O., de Souza, M. D., Dorval, A., & Silva, M. M. (2013). Caracterização da família Geometridae (Insecta: Lepidoptera) associada a diferentes fragmentos florestais, em Cotriguaçu, MT. Pesquisa Florestal Brasileira, 33(76), 393-402.

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