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ago

2016

O primeiro registro da abelha Eufriesea pulchra no Mato Grosso, em região da Floresta Amazônica, foi realizado na Fazenda São Nicolau em 2007

Por forest
A visão lateral da Eufriesea pulchra, uma abelha de orquídea (Foto: USGS Bee Inventory and Monitoring Lab / Flickr/ Domínio Público)

A visão lateral da Eufriesea pulchra, uma abelha de orquídea (Foto: USGS Bee Inventory and Monitoring Lab / Flickr/ Domínio Público)

 

O professor do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT) do campus Cáceres, Evandson J dos Anjos-Silva, foi responsável pela anotação da Eufriesea pulchra em Mato Grosso. A observação da espécie no estado ampliou a distribuição da abelha em 0,9 a 2km na direção sul, incorporando territórios da Amazônia e da bacia do Rio Prata.

Antes do estudo do professor Anjos-Silva, divulgado na revista “Neotropical Entomology” da Sociedade Entomológica do Brasil, os registros da espécie E. pulchra se limitavam aos estados do Pará, Amazonas, Amapá e Maranhão. Algumas anotações foram equivocadamente atribuídas a São Paulo. Contudo, em vez do estado paulista, a observação teria ocorrido em uma antiga vila chamada São Paulo de Olivença, próxima a Tabatinga no Amazonas. Espécimes também são encontrados fora do Brasil: compreendendo desde a América Central até a América do Sul.

A pulchra é um “grupo” de abelhas que abrange seis espécies. O gênero Eufriesea – em conjunto com os Eulaema, Euglossa, Exaerete e Aglae – compõem a tribo Euglossini, cujos exemplares são conhecidos como abelhas de orquídeas. O tamanho máximo deste inseto é de 31 mm.

O registro da E. pulchra em Mato Grosso ocorreu na Fazenda São Nicolau, em Cotriguaçu. O município se localiza na Amazônia Legal e o clima tropical é quente e úmido (com a média de 80% de umidade). A coleta ocorreu de 22 a 25 de agosto de 2007 com a ajuda de iscas químicas para atrair as abelhas, capturadas com redes. Foram seis pontos de coleta em quatro ambientes distintos da São Nicolau: a floresta nativa preservada, área alagada de vereda com a presença de buritis, região de capoeira (vegetação que rebrota após o desmatamento) e nos plantios artificiais de ipês. Dentre os exemplares capturados, estavam quatro gêneros e 20 espécies – foram três machos da espécie E. pulchra.

Anjos-Silva acrescenta em suas descobertas a observação de um espécime da referida abelha no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. A observação ocorreu em 21 de novembro de forma inesperada – a E. pulchra nunca fora avistada no local durante dois anos de estudos anteriores. A abelha pousou em uma folha da árvore murici e, logo depois, saiu voando.

Os dois registros da espécie ampliam a sua distribuição regional e preenchem lacunas do conhecimento acumulado sobre a E. pulchra. O pesquisador aponta a necessidade de mais estudos sobre a tribo Euglossini para se estabelecer os padrões de distribuição e identificar novas espécies das abelhas de orquídeas. O espécime coletado na São Nicolau foi depositado na coleção do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão da Universidade de São Paulo (USP).

 

Referência bibliográfica:

Anjos-Silva, E. J. (2010). Eufriesea pulchra smith (Hymenoptera: Apidae: Euglossini): extended geographic distribution and filling gaps in Mato Grosso state, Brazil. Neotropical entomology, 39(1), 133-136.

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