10

nov

2016

Empaer divulga espécies mais indicadas para reflorestamento e produção de madeira em MT

Por forest
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Guapuruvú (Foto: José Maria/ Wikimedia Commons/ Creative Commons)

A Empresa Mato-grossense de Pesquisa Assistência e Extensão Rural (Empaer) divulga dados das espécies que obtiveram os melhores resultados no Estado para reflorestamento e produção de madeira. Durante 20 anos, foram avaliadas 30 espécies, sendo 23 nativas e sete exóticas. A pesquisa revela que o maior volume de madeira foi obtido com as árvores, Fava barriguda, Peroba mica, Tatajuba, Bajão e Castanheira. Ao todo foram plantadas 2.250 plantas, sendo 75 plantas.

A pesquisa foi realizada no Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empaer, no município de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá). O responsável pelos dados foi o pesquisador da Empaer, Eliazel Vieira Rondon. Segundo ele, foram avaliados a Altura do Peito da Planta (DAP), altura total, volume de madeira, índice de mortalidade e ocorrência de pragas e doenças. Também a interferência do solo (pH, fósforo e saturação de base baixa), clima e ataque de fungos.

Segundo Rondon, Mato Grosso possui mais de 200 mil hectares de reflorestamento com as espécies de eucalipto, teca e seringueira. O que surpreendeu o pesquisador foi o comportamento das espécies mais plantadas no Estado, que tiveram um comportamento abaixo do esperado. Ele aconselha que as espécies com problemas fitossanitários, exigentes em condições de solo com alto índice de mortalidade, não devem ser plantadas em larga escala na região Norte de Mato Grosso.

Nesses 20 anos de estudo foram identificadas as espécies com maiores índices de mortalidade tais como a guapuruvu, teca, cinamoma, ipê roxo, pinho cuiabano, cerejeira, E. citriodora, E. grandis, pinus caribaea, mogno, freijó, mogno africano, parapará, gmelina e sumaúma. Outras espécies como a seringueira, angelim saia, pau ferro, louro preto, aroeira, marupá, cedrinho, amescla e champanhe em plantio heterogêneo apresentaram comprimento em torno de 3 metros. Uma alternativa para essas espécies é sua utilização para arborização de parques, avenidas e recuperação ou enriquecimento de áreas.

O pesquisador destaca que para obter retorno econômico dessas espécies é necessário fazer uma supervisão dos plantios anualmente. Caso o índice de mortalidade ultrapasse 50% é importante efetuar o corte raso em todo plantio. Rondon explicaque o reflorestamento com espécies de rápido crescimento permite a exploração da apicultura, produção de sementes, seqüestro e venda de carbono, madeiras para cercas, mourões, postes e outros.

Segundo ele, dessas espécies a fava barriguada (Parkia gigantocarpa) é a menos conhecida pelo setor florestal, no entanto, já existem publicações citando o potencial da espécie para confecção de móveis, brinquedos e compensados. “O solo do Mato Grosso na grande maioria é ácido, deficitário em nutriente. Outro entrave é caracterização do clima em duas estações bem definidas, uma chuvosa e outra seca, nesse período as espécies perenes ficam vulneráveis a pragas e doenças, e seu crescimento é limitado”, enfatiza.

Em plantio comercial sempre ficar atento com o volume das espécies a serem plantadas visando o lado financeiro. Os resultados alcançados do experimento servem para direcionar os futuros reflorestamento no estado. “Fazer plantio de uma espécie só é investimento perdido devido sua fragilidade em doença e pragas caracterizando um ecossistema instável”, explica.

Resultados de pesquisa

A madeira de fava barriguda pode ser utilizada para fabricação de compensados, móveis, caixotaria e brinquedos, além de possuir potencial para produção de polpa celulósica e papel. A tatajuba tem utilidade na construção civil (viga, caibro e taboa). A castanha do brasil, embora tenha um crescimento inicial lento, alcança 15 metros de altura. Possui a amêndoa que é fonte de proteína e sais minerais. Conforme o pesquisador, essa madeira e é protegida por lei é muito requisitada pelos madeireiros que utilizam na construção civil.

As espécies peroba mica pode ser utilizada para confecção de cabo de ferramenta e a bajão foi considerada mais resistente ao vento que o Pinho cuiabano. Sua madeira é adequada para celulose, papel e serve para confecção de móveis, caixotaria e brinquedos.

Fonte: Rosana Persona (Empaer-MT/ Governo de Mato Grosso)

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