19
dez
2018
No início do mês passado, em 8 de novembro, no Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, a ONF Brasil foi convidada para o lançamento do sumário do “Primeiro Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos“. Voltado para os tomadores de decisão do setor privado e da sociedade civil, o documento reúne informações sobre a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos e o bem-estar humano no país. A publicação está disponível para download no site da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES, por sua sigla em inglês) e traz conteúdo para contextualizar o leitor e apresentar riscos e oportunidades.
O estudo é resultado da colaboração de mais de 100 cientistas brasileiros durante quatro anos de trabalho sob a coordenação do Dr. Fábio R Scarano (coordenador BPBES, UFRJ/FBDS) e do Dr. Carlos A Joly (Coordenador BPBES, Programa Biota/FAPESP). O relatório fala sobre as condições atuais no Brasil sobre biodiversidade ameaçada e perda de serviços ecossistêmicos.Os serviços ecossistêmicos são contribuições diretas e indiretas da natureza para o bem-estar humano. Exemplos dos benefícios gerados pelo meio ambiente são a polinização e a produção dos alimentos, a água doce, a regulação do clima, a manutenção da biodiversidade e dos benefícios não materiais.
O diagnóstico brasileiro, organizado com base na IPBES (Intergovernamental Platform on Biodiversity and Ecosystem Services), é o primeiro esforço nacional no âmbito da Plataforma Intergovernamental. A IPBES foi criada em 2012 por mais de 100 governos como um mecanismo para fornecer informação científica em resposta aos pedidos dos tomadores de decisão. Está situada sob o guarda-chuva de quatro entidades das Nações Unidas: PNUMA, FAO, PNUD e UNESCO. Atualmente, a plataforma conta com 128 nações membro e aproximadamente mil cientistas de todo o mundo nomeados por seus governos ou por suas organizações e selecionados pelo Painel Multidisciplinar de Especialistas (MEP) para contribuírem voluntariamente para o trabalho da IPBES.
O Coordenador Científico do projeto Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF (PPCFPO), Dr. Roberto Silveira, esteve presente no evento de lançamento e acredita que os impactos do sumário junto aos tomadores de decisão devem variar de acordo com a realidade. “Depende se o governo ou agências possuem a compreensão da gravidade dos problemas ambientais que enfrentamos. Se o desejo for desenvolver a economia e a sociedade buscando ao máximo reduzir o ônus ambiental, então esse relatório é essencial”, ponderou.
A ONF Brasil já adota iniciativas que podem se fortalecer com as informações do documento, como a divulgação e a conscientização do público leigo (crianças e adultos) sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. “No momento, temos o papel de inventariar novas espécies para ciência e com isso reduzir o desconhecimento sobre a biodiversidade amazônica”, destacou. A ONF Brasil pode ser uma desenvolvedora de modelos capazes de englobar desenvolvimento sustentável e serviços ecossistêmicos.
Atualmente os projetos na Fazenda São Nicolau proporcionam benefícios ecossistêmicos como o sequestro de carbono da atmosfera pelo reflorestamento, desenvolvimentos de novos modelos de sistemas agroflorestais e de recuperação de matas ciliares como alternativas oferecidas para os proprietários rurais. Essas práticas podem influenciar na diminuição do desmatamento.
Os mais de 20 anos do PPCFPO no gerenciamento e na coleta de dados devem colaborar em questões ainda aberta em relação aos serviços ecossistêmicos. “A ONF Brasil pode contribuir muito se optar por conduzir pesquisas com essa orientação pelas próximas duas décadas”, afirma o Coordenador Científico do projeto PPCFPO.
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