13

dez

2019

O essencial é invisível aos olhos, lembram os facilitadores das atividades do Programa de Educação Ambiental da ONF Brasil

Por forest
Alunos de escolas públicas de Cotriguaçu visitam o viveiro de mudas da Fazenda São Nicolau (Foto: Acervo ONF Brasil)

Alunos de escolas públicas de Cotriguaçu visitam o viveiro de mudas da Fazenda São Nicolau (Foto: Acervo ONF Brasil)

 

O Pequeno Príncipe, escrito por Antoine de Saint-Exupéry, é livro de cabeceira de diferentes gerações e seus trechos são recorrentes nas mídias sociais. “O essencial é invisível aos olhos” é uma de suas frases mais marcantes, que inspirou o tema e uma dinâmica do Programa de Educação Ambiental (PEA) da ONF Brasil.

Essa dinâmica foi realizada com os colaboradores da Fazenda São Nicolau e com os alunos de escolas públicas e faculdades da região, sempre no início do dia, durante toda a semana. A proposta é relembrar elementos e serviços ofertados pela floresta que, apesar de serem praticamente invisíveis, estão presentes no dia a dia. A maioria é essencial para a vida na Terra, como a transformação do gás carbônico em oxigênio pelas árvores, a polinização realizada principalmente pelas abelhas, a decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos, a regulação do clima, entre outros.

As atividades educativas aconteceram de 30 a outubro a 05 de novembro na Fazenda São Nicolau, que recebeu quatro escolas da região de Cotriguaçu, duas turmas de engenharia florestal da UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso) de Alta Floresta e visitou uma aldeia indígena Rikbaktsa. Contando com os colaboradores da fazenda, acolhidos para atividades em um dia exclusivo, foram 175 pessoas beneficiadas pelo PEA.

Entre as atividades da programação para os estudantes, estavam atividades práticas na roça agroflorestal, a apresentação da compostagem, do biofiltro, da trilha do Rio Juruena e da criação de abelhas sem ferrão. Essa última atividade virou um dos destaques para os diferentes públicos e somente foi possível aproveitando a expertise da equipe de educadores locais do PEA. O objetivo é potencializar a criação de abelhas sem ferrão, a meliponicultura.

Os visitantes puderam ver a caixa de abelhas aberta, revelando a estruturação da colônia com potes de mel, pólen, células de cria e própolis. Os colaboradores e os indígenas também participaram de uma oficina para montagem de isca para captura de colônia. O objetivo era facilitar a transferência do enxame para uma caixa racional, desenvolvida pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), que favorece a extração do mel sem danificar as outras estruturas de criação.

A parceria com o Povo Rikbaktsa da Terra Indígena Escondido começou no ano passado, durante a edição anterior do PEA. O grupo mostrou o desejo de inserir o plantio de café e cacau na aldeia. Com o apoio da ONF Brasil, foi possível adaptar os plantios dessas culturas à roça tradicional da etnia. Eles aplicaram o consórcio de espécies e a adubação natural. O resultado foi a manutenção da produção de alimentos, possibilitando futuramente a geração de renda e fortalecendo o trabalho em mutirão que é uma das maiores riquezas dos povos da floresta. O plantio corresponde a uma unidade experimental com apenas 1000 m², mas que conta com 40 pés de banana, 100 de café, 15 de cupuaçu, 15 de cacau e quatro castanheiras.

E foram as espécies frutíferas que surpreenderam os estudantes participantes do PEA. Eles encontraram uma fartura da safra das árvores de Bacupari (Garcinia gardneriana) plantadas na sede da Fazenda e da colheita de cenouras na roça. Eles se deliciaram com as frutas e raizes após ajudarem no plantio da horta agroflorestal.

 

As verduras da horta agroflorestal fizeram a alegria das crianças (Foto: Acervo ONF Brasil)

As verduras da horta agroflorestal fizeram a alegria das crianças (Foto: Acervo ONF Brasil)

Turmas de faculdades da região também foram recebidas na Fazenda. Dois grupos de estudantes de engenharia florestal da UNEMAT de Alta Floresta estavam em aula de campo acompanhados do professor de ecologia e bacias hidrográficas Everton Miranda. Eles puderam aprender na prática os conceitos de sucessão ecológica aplicados à produção agrícola em sistemas agroflorestais. A equipe da São Nicolau mostrou e explicou aos estudantes o arranjo utilizado nos novos canteiros da horta local, utilizando os conhecimentos aprendidos durante o curso na Fazenda da Toca, interior de São Paulo. O policultivo – estimulado também pela colaboradora nordestina Dona Helena, que aprendeu com a necessidade a potencializar a produção por área – é a tônica da horta. O plantio associa berinjela com alface e rúcula, quiabo com couve, jiló com alface e couve e milho com vagem, implantados entre linhas de 12 metros de distância de bananeiras e árvores frutíferas.

Os colaboradores foram os protagonistas na criação da horta e, no dia reservado para essa equipe, as visitas e conversas procuraram compartilhar com todas as atividades recém-iniciadas. Durante a manhã, eles visitaram a área de manejo da Teca, discutindo detalhes da operação, impactos ambientais positivos, renda gerada e utilização futura da área. Durante a tarde, o foco foi o potencial turístico da Fazenda e os colaboradores passearam pela trilha e apreciaram a vista da torre de observação montada pela SouthWild.

Neste ano, a edição do PEA procurou ampliar a participação de atores locais na equipe de educadores. Entre os facilitadores, estavam o coordenador do programa de Integração Local, Saulo Thomas, a presidente da Associação de Coletores (as) de Castanha-do-Brasil do PA Juruena (ACCPAJ), Veridiana Vieira, a presidente da associações dos feirantes de Cotriguaçu e criadora de abelhas sem ferrão, Helena de Jesus, o criador de abelhas sem ferrão, artesão e fotógrafo de Juína, Lucas de Souza, e o colaborador da Fazenda, Francisco de Assis.

 

Veja outras imagens das atividades:

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